Construção do Planetário mais moderno da América Latina
- RENATO VIDAL

- 3 de out.
- 2 min de leitura

O anúncio da construção do planetário mais moderno da América Latina em Pinhais não é apenas um investimento em infraestrutura cultural e educacional: trata-se de um marco tecnológico com impacto direto na popularização da ciência no Brasil. O equipamento adquirido pelo Governo do Paraná, desenvolvido pela Carl Zeiss — a mesma empresa que inventou o conceito de planetário no início do século XX — representa o que há de mais avançado em simulação astronômica.

Estamos falando de um sistema capaz de recriar com precisão a movimentação de mais de nove mil corpos celestes, projetados em altíssima definição em uma cúpula de 18 metros de diâmetro. A experiência vai muito além de observar o céu: o equipamento permitirá exibir animações imersivas, produções audiovisuais e até mesmo shows em uma resolução de ponta, ampliando a função do planetário para um centro de entretenimento científico.
Com capacidade para 300 pessoas, o espaço será projetado para atender não apenas estudantes, mas também famílias e turistas. A estimativa de receber 140 mil visitantes por ano revela o potencial do planetário como polo de inovação e atração tecnológica para toda a Região Metropolitana de Curitiba.
Outro aspecto relevante é o ecossistema que se forma em torno desse investimento. O Parque da Ciência Newton Freire Maia passará por uma revitalização de R$ 9 milhões, incluindo reformas estruturais, passarelas acessíveis, melhorias em infraestrutura e até a recuperação da trilha do Rio Canguiri. Ou seja, não se trata apenas de instalar um equipamento de última geração, mas de reposicionar o espaço como um hub científico aberto à sociedade.
Do ponto de vista tecnológico, a escolha da Zeiss garante confiabilidade. A empresa é referência mundial em óptica e simulação, o que assegura que o planetário de Pinhais não ficará defasado em poucos anos. Essa característica é essencial: a longevidade tecnológica do projeto significa que ele poderá se manter competitivo frente a outros polos internacionais de ciência e educação.

Há, claro, o desafio logístico. O equipamento, avaliado em € 6 milhões (R$ 37,2 milhões), tem prazo de embarque de até 12 meses após a conclusão da compra. A obra, por sua vez, será licitada ainda em 2025, com teto de R$ 47,2 milhões. Isso indica que o cronograma dependerá de agilidade administrativa, sem a qual o projeto pode atrasar — um risco comum em empreendimentos dessa magnitude.
Se bem executado, o planetário de Pinhais posicionará o Paraná na rota das grandes experiências imersivas em ciência, comparável a centros de referência no Japão, Alemanha e Estados Unidos. Ele poderá transformar a relação do público com a astronomia, a tecnologia e a educação científica, tornando-se símbolo de inovação na região.

Em uma era onde a tecnologia educacional precisa disputar atenção com telas de smartphones, oferecer um espaço em que ciência e espetáculo se unem pode ser o caminho mais eficaz para despertar a curiosidade das novas gerações. O futuro, nesse caso, vai caber inteiro dentro de uma cúpula de 18 metros — e será projetado em altíssima definição.




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