O novo pulse do mercado imobiliário de Curitiba: redescobrindo bairros
- VANDERLEI CARON

- 12 de set.
- 3 min de leitura
O mercado imobiliário de Curitiba vive uma fase de aquecimento intenso, com preços de imóveis voltando a subir em ritmo consistente e novas zonas de interesse despontando além dos tradicionais Batel, Água Verde e Bigorrilho. Se antes havia áreas vizinhas ou periféricas consideradas “menos prestigiadas”, hoje algumas delas têm sido redescobertas e reformuladas por uma combinação de oferta, infraestrutura e demanda por qualidade de vida.

Dados recentes que mostram o movimento
A cidade foi apontada como a capital brasileira com maior valorização nos preços de imóveis residenciais em 2024, segundo o Índice FipeZAP — alta de 18% comparando com 2023.
No relatório Senior Index 2024, o bairro Ecoville registrou valorização de 17% no valor do metro quadrado, ficando atrás apenas do bairro Cabral, que liderou com uma valorização ainda maior.
Segundo levantamento da Ademi-PR, houve um salto de quase 97% nos lançamentos de imóveis horizontais em Curitiba no primeiro semestre de 2023 — ou seja, a preferência por casas, sobrados ou condomínios horizontais cresceu muito, o que naturalmente provoca mudança no perfil da valorização de bairros.
Em preços de locação, alguns bairros viram aumentos expressivos no segundo trimestre de 2025; Alto da Glória lidera com alta de ~70,2%, seguido por Juvevê e Mercês com ~50% ou mais de elevação.
Bairros que estavam “lá atrás” e estão se reposicionando
Aqui estão alguns bairros que há poucos anos não faziam parte do “mapa de desejados” de muitos investidores ou compradores de perfil médio-alto, mas que hoje têm se destacado:
Impactos econômicos e desafios
Pressão sobre preços de locação: Com a procura cada vez maior, especialmente por imóveis horizontais ou casas pequenas em bairros mais tranquilos, locações têm subido forte — o que pode tornar cada vez mais difícil para famílias de renda média/baja manterem moradia próxima de serviços e trabalho.
Estrutura e mobilidade virando foco decisivo: Bairros que melhoram suas vias de acesso, transporte público, infraestrutura de lazer e segurança são os que mais valorizam. Quem compra hoje já olha isso com mais critério do que há 5-10 anos.
Oferta ainda concentrada nos bairros nobres: Apesar do avanço de bairros “reabilitados”, os preços mais altos ainda estão nos bairros consagrados (como Batel, Bigorrilho, Água Verde), o que reforça a desigualdade de acesso e acentua a necessidade de políticas que estimulem habitação mais acessível em outros setores da cidade.
O que observar para os próximos anos
Se a demanda por imóveis horizontais continuar, bairros até então periféricos ou com perfil mais residencial simples podem ganhar atrativos: pintura urbana, ciclovias, parques, comércios locais.
O uso de financiamento e crédito imobiliário vai seguir sendo combustível importante. Onde houver melhores condições de crédito, maiores serão os saltos de valorização.
Rede de transporte público eficiente (e que ligue bem essas áreas emergentes ao centro e aos polos de emprego) será decisiva.
Regulamentação urbana, IPTU, zoneamento — tudo isso pode aumentar ou barrar a expansão valorizativa de determinados bairros.




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