O metanol nas bebidas e o impacto financeiro descredibilizando os bares
- VANDERLEI CARON

- 2 de out.
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O recente alerta da Secretaria de Estado da Saúde sobre possíveis casos de intoxicação por metanol em bebidas, ainda que não haja registros no Paraná, expõe um ponto sensível da economia paralela: a falsificação de produtos alcoólicos. Trata-se de um problema que vai além da saúde pública e atinge diretamente o equilíbrio do mercado formal de bebidas.

O metanol é uma substância de baixo custo usada por produtores ilegais para aumentar a margem de lucro em destilados adulterados. No entanto, seu consumo pode levar à cegueira, danos neurológicos graves e até à morte. Esse cenário coloca em risco não apenas consumidores desavisados, mas também a credibilidade das cadeias produtivas formais — bares, restaurantes, distribuidores e indústrias que investem em qualidade, fiscalização e tributos.
Do ponto de vista econômico, o impacto se distribui em três frentes. Primeiro, a concorrência desleal: bebidas falsificadas drenam receitas do setor formal, que já opera com alta carga tributária. Segundo, a saúde pública: cada caso de intoxicação grave significa internações prolongadas, gastos hospitalares e perda de produtividade da força de trabalho. Terceiro, a percepção de risco: quanto mais notícias de adulteração circulam, maior a retração do consumo em segmentos específicos, gerando efeito cascata no faturamento de toda a cadeia.
Em outras palavras, a adulteração com metanol não é apenas um crime de saúde, mas também um fator de desequilíbrio econômico. O alerta do Paraná sinaliza a necessidade de reforçar a fiscalização, pois os custos de uma tragédia não se limitam ao sistema de saúde: recaem sobre empregos, arrecadação e confiança do consumidor. E, nesse tabuleiro, cabe a pergunta: será mais eficiente intensificar o controle e o combate à informalidade, ou continuaremos pagando a conta coletiva cada vez que o mercado paralelo impõe sua lógica perversa?




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