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O atestado médico e a cultura da indolência

Tem coisa que só brasileiro entende — e o “Atestado Migué” é uma delas. A Prefeitura de Curitiba resolveu apertar o cerco depois de perceber que, curiosamente, o número de atestados médicos disparava sempre às segundas e sextas-feiras. Coincidência? Duvido. É quase uma tradição nacional: emenda de feriado, dor de garganta estratégica ou, como diria meu primo, “o terceiro velório do tio Zé”.


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Com as novas regras, agora só vai ter atestado em caso de internação ou quando realmente houver motivo clínico sério. Para o resto, é declaração de comparecimento e olhe lá. A intenção da Secretaria Municipal da Saúde é simples: desafogar as UPAs, que vivem lotadas por gente querendo um diazinho de folga remunerada, e devolver o pronto atendimento a quem realmente precisa.


Não é falta de empatia — é bom senso administrativo. Enquanto uns caçam justificativas para alongar o fim de semana, outros esperam por atendimento de verdade. Se a moda pega e o “Atestado Migué” sai de cena, talvez sobre mais tempo e cuidado para quem realmente está doente. E o tio Zé, coitado, finalmente possa descansar em paz — sem precisar de mais um velório inventado.

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