Elas vivm mais e querem viver melhor
- DENISE MORGADO

- há 2 dias
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As mulheres paranaenses estão vivendo mais — e isso é uma notícia linda. Segundo o IBGE, a expectativa de vida delas chega a 82,6 anos, enquanto os homens vivem, em média, 75,8. Mas esse tempo a mais não é apenas um número: é um convite à presença, ao cuidado e à busca por qualidade de vida em todas as fases.

Ciente disso, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesa), tem ampliado ações que valorizam o envelhecer saudável, a autonomia e o bem-estar das mulheres idosas. Um dos exemplos é a campanha Paraná Rosa, que começou em outubro e segue até o fim do ano — indo além da prevenção ao câncer de mama para propor uma reflexão sobre a saúde integral da mulher: corpo, mente e emoção caminhando juntos.
A longevidade feminina é um marco, mas também traz desafios. Com o passar dos anos, aumentam as chances de doenças crônicas, como osteoporose, hipertensão, diabetes e depressão. Somam-se a isso questões como a fragilidade física, o uso simultâneo de vários medicamentos e os impactos da solidão e do luto — temas que ainda pedem mais escuta e acolhimento.
“Nosso papel é transformar esses anos a mais em qualidade de vida e cuidado”, lembrou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Nesse contexto, a Linha de Cuidado à Pessoa Idosa e o projeto “Envelhecer com Saúde no Paraná” vêm reforçando a importância de um acompanhamento contínuo, com foco na prevenção e personalização dos atendimentos. A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é uma aliada preciosa — uma espécie de mapa de bem-estar, que ajuda profissionais e pacientes a monitorar de perto cada etapa da jornada.
Histórias como a de Ana Tereza Silva, de 78 anos, mostram a força e a importância desse cuidado. Moradora de Colombo, ela enfrentou um câncer de mama e hoje segue acompanhada pelo SUS, que também cuida de sua pressão arterial e de outros aspectos da saúde. “Preciso de acompanhamento contínuo, e recebi tudo pelo SUS”, conta.
Mas cuidar das mulheres mais velhas vai além da saúde física. É também proteger. A violência contra a mulher idosa — seja física, emocional ou patrimonial — ainda é uma realidade silenciosa. Para enfrentá-la, a Sesa tem investido em capacitação de profissionais e na escuta humanizada, garantindo que cada história seja ouvida com respeito.
“Alimentação equilibrada, vínculos sociais e consultas regulares são pilares para manter a autonomia, especialmente após os 75 anos”, lembra Giseli da Rocha, chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa.
Outro pilar essencial é a vacinação. No Paraná, ela tem sido tratada como ferramenta de vitalidade. Vacinas contra gripe, pneumonia, covid-19, hepatite e tétano ajudam a preservar a energia e a evitar internações. Hoje, 56,5% das mulheres acima de 60 anos tomaram a dose anual da influenza e 68,1% estão com o reforço da covid-19 em dia — números que ainda podem (e devem) crescer.
E sim, envelhecer também é viver o afeto em todas as suas formas. Com o aumento da expectativa de vida, a sexualidade na maturidade volta à cena — com naturalidade e responsabilidade. O sexo seguro continua indispensável, e o SUS oferece gratuitamente preservativos e testes rápidos para HIV e sífilis.
Mais do que viver mais, o desafio é viver com leveza, dignidade e prazer. Porque envelhecer, para a mulher paranaense, é mais do que um destino — é um ato de amor consigo mesma.




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