Desfile de 7 de Setembro cheio de visões para Curitiba
- JÉSSICA BERGER

- 4 de set.
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O desfile de 7 de Setembro em Curitiba não é apenas uma celebração oficial, mas um ritual carregado de simbolismos que transforma a cidade em palco. A Avenida Cândido de Abreu, espaço cotidiano de trânsito e trabalho, se converte por algumas horas em uma cena solene, onde a memória da Independência se entrelaça à identidade nacional.

O cortejo começa com o brilho das cores cívicas, sustentado por estudantes, entidades culturais e comunitárias. É a juventude que abre caminho, trazendo consigo a vitalidade do futuro, em contraste com a solenidade das instituições militares que, logo depois, assumem a cena em marcha compassada. Uniformes alinhados, passos firmes e vozes uníssonas compõem uma coreografia coletiva que reafirma hierarquia, disciplina e pertencimento.
Há também um componente de espetáculo que transcende a lógica militar: veículos históricos dividem espaço com máquinas modernas, criando um contraste entre memória e contemporaneidade. No céu, o voo das aeronaves acrescenta leveza ao peso do chão, como se o ar também participasse da celebração.
À margem da avenida, autoridades observam e avaliam, enquanto o público se deixa envolver pela cadência dos desfiles e pelo som que ecoa no espaço urbano. É um encontro entre a formalidade institucional e a emoção popular, entre a ordem das fileiras e o improviso das reações.
Mais do que uma parada, o 7 de Setembro em Curitiba é uma encenação da própria ideia de Brasil: solene, ritualístico, às vezes rígido, mas sempre atravessado pela força do coletivo. Um teatro ao ar livre em que a cidade se converte em arena simbólica, e o cotidiano cede espaço para a celebração da memória nacional.




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