Aonde estão os banheiros públicos de Curitiba e quais são pagos?
- DENISE MORGADO

- 30 de set.
- 2 min de leitura
A geografia cultural de uma cidade não se revela apenas em seus monumentos, praças e edifícios históricos. Há também uma cartografia mais silenciosa, mas igualmente reveladora: a dos banheiros públicos. Em Curitiba, são 59 espaços destinados a esse serviço essencial, distribuídos entre parques, cemitérios, terminais e centros de convivência. À primeira vista, pode parecer apenas uma questão de utilidade prática; porém, um olhar atento nos mostra que tais estruturas contam muito sobre como a cidade se relaciona com seus cidadãos e visitantes.

Dos 59 banheiros, 53 são gratuitos, espalhados em locais de forte simbolismo coletivo — como o Jardim Botânico, o Passeio Público e o Bosque Alemão —, enquanto seis cobram uma taxa de R$ 2, o que, de certa forma, cria uma fronteira simbólica entre o direito e o acesso condicionado. Curiosamente, até os cemitérios municipais entram nesse mapa, lembrando-nos de que o espaço público se expande também para lugares de memória e despedida.
A Rodoferroviária, com seu banheiro 24 horas, talvez seja o ponto mais emblemático dessa rede: a porta de entrada e saída da cidade, sempre aberta, sustentando o fluxo incessante de corpos e histórias que passam por Curitiba. Já nos parques, os horários seguem o ritmo da luz do dia, reforçando a lógica de um espaço pensado para o lazer controlado.
Não se trata, portanto, apenas de listar endereços, mas de compreender como os banheiros públicos participam da experiência cultural urbana. São lugares que garantem dignidade, acolhem o cotidiano e revelam o quanto a cidade está — ou não — disposta a cuidar das necessidades mais básicas de quem a habita e a percorre. Nesse sentido, conhecer o mapa dos banheiros de Curitiba é também conhecer os contornos de sua cidadania.
Mapa Cultural dos Banheiros Públicos de Curitiba
Categoria | Locais | Observações |
Terminais de Ônibus | Bairro Alto, Barreirinha, Boa Vista, Boqueirão, Cabral, Campina do Siqueira, Campo Comprido, Capão da Imbuia, Capão Raso, Caiuá, Carmo, Centenário, CIC, Fazendinha, Hauer, Pinheirinho, Portão, Santa Cândida, Santa Felicidade, Sítio Cercado, Tatuquara, Vila Oficinas | Todos gratuitos; vinculados ao sistema de transporte coletivo. |
Praças e Parques | Praça Osório (R$ 2), Passeio Público, Jardim Botânico, Parque Barigui (R$ 2), Parque Bacacheri, Parque São Lourenço, Parque Tanguá, Parque Tingui, Parque Barreirinha, Parque Atuba, Parque Lago Azul, Parque Náutico, Parque Passaúna, Parque dos Tropeiros, Bosque Alemão, Bosque Papa João Paulo II | A maior parte gratuita; horários variam até 20h. Alguns cobram taxa simbólica. |
Prédios Públicos, Museus e Espaços Culturais | Rodoferroviária (24h), Zoológico, Museu de História Natural, Mercado Municipal Capão Raso, Arcadas do Pelourinho (R$ 2), Arcadas de São Francisco (R$ 2), Centro Comercial Rui Barbosa – Rua da Cidadania Matriz (R$ 2), Ruas da Cidadania (Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, CIC, Fazendinha/Portão, Pinheirinho, Santa Felicidade, Tatuquara), Cemitérios (Água Verde, Boqueirão, São Francisco de Paula, Santa Cândida) | Mistura de espaços de memória, comércio e mobilidade. Apenas alguns cobram taxa de uso. |
Essa divisão ajuda a enxergar a função cultural de cada espaço:
Nos terminais, os banheiros servem à lógica da mobilidade.
Nas praças e parques, dialogam com o lazer e a contemplação da cidade.
Nos prédios públicos e memoriais, são extensão de lugares de cultura, memória e circulação social.




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