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Acidente no Norte Pioneiro expõe falha na cobertura da imprensa: onde ficam as vítimas?

Na manhã deste domingo (14), mais um grave acidente foi registrado no km 49 da BR-369, entre Bandeirantes e Andirá, no Norte Pioneiro do Paraná. Um caminhão, que transportava integrantes da equipe da dupla sertaneja Rio Negro & Solimões, colidiu de frente com um Volkswagen Gol. Três pessoas ficaram feridas — duas em estado grave e uma em estado gravíssimo, precisando de transporte aéreo para Londrina.


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Mas o que chama a atenção não é apenas a tragédia em si, e sim como ela vem sendo noticiada. Nas manchetes e posts de redes sociais, o destaque está quase sempre no fato de o caminhão pertencer à equipe de uma dupla sertaneja famosa. O sofrimento das vítimas — moradores do distrito de Panema, em Santa Mariana — é colocado em segundo plano, como se o interesse público fosse apenas saber se os artistas estavam no veículo.


Todos os dias, caminhões se envolvem em colisões nas rodovias brasileiras, muitas delas com mortes e famílias destruídas. Mas só quando há algum nome famoso envolvido a notícia ganha destaque. E ainda assim, o foco não está no impacto humano do acidente, mas no “escândalo”, no “susto” e no que isso pode significar para a agenda de shows.


É preciso perguntar: como ficam as famílias dessas vítimas? Quem vai noticiar o estado de saúde delas, as sequelas que podem enfrentar, o drama emocional e financeiro que começa agora? Vítimas e atendimento

No Gol estavam três ocupantes, moradores do distrito de Panema, em Santa Mariana.

  • Dois passageiros ficaram em estado grave e foram encaminhados ao pronto-socorro de Bandeirantes.

  • O motorista, em condição gravíssima, foi transferido de helicóptero para um hospital em Londrina pelo Samu Aeromédico.

  • O terceiro ocupante recebeu atendimento no local e não precisou ser hospitalizado.

No caminhão, estavam o motorista e outros membros da equipe de produção. Apenas o condutor teve ferimentos leves e foi atendido na própria rodovia.


O Peti Pavê não é hipócrita. É claro que existe um "comércio" por trás das notícias, mas um pouco de sensibilidade ainda deve existir. Enquanto humanos, isso é o que nos diferencia, por enquanto, das máquinas. O sensacionalismo pode gerar cliques, mas não ajuda a dar visibilidade ao que realmente importa — estradas mais seguras, fiscalização mais rigorosa, e apoio às pessoas que têm suas vidas transformadas em segundos por acidentes como este.

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