Bar Gato Preto terá festa de Halloween para "agitar o esqueleto"
- ALEXANDRE MARTINS

- 20 de out.
- 2 min de leitura
Há lugares em Curitiba que não pertencem apenas à cidade, mas à memória coletiva dos que viveram sua noite em diferentes décadas. O Restaurante Dançante Gato Preto é um desses templos — meio bar, meio lenda urbana, inteiro parte da história da boemia curitibana. E, para quem gosta de misturar nostalgia, música e um toque de mistério, vem aí a terceira e derradeira edição de “Uma Noite no Gato Preto III – O Último Halloween”.

O evento promete transformar o casarão da Rua Ermelino de Leão num cenário digno de filme noir. No palco, Escambau — celebrando 15 anos com o lançamento de um álbum ao vivo — divide a noite com Wifi Kill e o lendário DJ Herb Joe, que comanda uma discotecagem 100% em vinil. Haverá ainda concurso de fantasias, exposição de marcas alternativas e até PS2 com TV de tubo, um aceno carinhoso à era analógica. Tudo começa às 18h e vai até a meia-noite, apenas para maiores de 18 anos. Os ingressos custam R$ 45.
Mas o Gato Preto é muito mais do que um endereço de festa. É uma espécie de microcosmo da cidade: um espaço democrático onde o auxiliar de pedreiro divide mesa com o desembargador, a garota de programa cruza olhares com o artista, e todos se encontram sob o mesmo teto para brindar a vida noturna como ela deve ser — diversa, sincera e um pouco caótica. Há meio século, o restaurante mantém viva essa essência.
A cozinha, claro, tem papel de protagonista. A costela de forno, carro-chefe, serve três pessoas e vem acompanhada de arroz, maionese, salada de tomate e cebola, farofa e fritas. No cardápio, ainda figuram o mignon recheado, a alcatra na chapa, a pizza e a clássica canja da madrugada — companheira fiel dos que esticam até o último brinde.
E quanto ao nome? Afinal, é Gato Preto ou Pantera Negra? A confusão é antiga. O empresário Natalino de Jesus Santos explica: quando assumiu o local, há 21 anos, trocou a razão social para Pantera Negra, tentando salvar o negócio de problemas trabalhistas. “O nome novo não pegou, e todo mundo continua chamando de Gato Preto”, ri Natal.
Talvez essa seja a verdadeira magia do lugar: o Gato Preto nunca precisou de rebranding. Continua o mesmo — vivo, barulhento, contraditório e irresistível. E se essa é mesmo “a última noite”, como diz o evento, que seja com o brilho que sempre fez dele um dos endereços mais autênticos da cidade.




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